top of page
Buscar

O trajeto dos irmãos Gil no mundo artístico

  • Foto do escritor: Letras Nómadas
    Letras Nómadas
  • 29 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Notícia no Portal de Notícias do Porto.

ree

| Fotografia de Andreia Merca aos irmãos Salvador Gil e Vicente Gil, na notícia do Porto. |


Divulgamos a entrevista de Paulo Alexandre Neves aos irmãos Salvador e Vicente Gil. Os irmãos, gémeos e artistas ciganos nascidos no Porto, partilham uma trajetória marcada pela paixão pela arte e pela luta contra estereótipos. Fortemente influenciados pela mãe, também ela atriz e ativista cigana, mergulharam desde cedo no mundo do teatro e do cinema. Apesar dos desafios que enfrentaram na escola, por serem jovens ciganos, descrevem o mundo das artes como estando envolto numa redoma onde não existe espaço para o julgamento. «(...) O facto de terem origens ciganas já vos causou algum entrave nas vossas vidas?


SG: A esse nível, sempre fomos mais fortes do que qualquer tipo de obstáculos. Desde pequenos sempre tivemos que nos confrontar com isso. Em geral, a mentalidade sobre o assunto sempre nos levou a dar respostas no dia a dia. Nunca nos deixamos abalar com esse tipo de confrontos. Existiram, várias vezes, na escola básica, mas sempre conseguimos dar a volta.


VG: Costumo dizer que quem é artista vive numa redoma. No fim do dia, o meio artístico tende a ser mais tolerável, mais consciente, mais responsável, no sentido cívico, de pessoa para pessoa. Estamos rodeados de pessoas com sensibilidade gigantescas, onde não existe grande espaço para julgamento. No meio artístico, o julgamento é automaticamente questionado. Há sempre um movimento de construção e de progresso, em termos de pensamento. Já sofremos violência direta, como bullying e segregação, mas, mais do que isso, o cigano tem sempre um target. Mesmo sendo um aluno responsável ou com excelentes notas havia sempre esse carimbo de ser “o cigano da turma” ou “estes são os ciganos da escola”. Havia sempre uma barreira que nos colocava distante dos restantes colegas da escola. À parte disso, temos tido uma mãe excelente, que nos muniu das armas necessárias para combater isso e, na realidade, não sinto qualquer tipo de complexo, apesar de termos tido bastantes experiências negativas. Até parece que nos ajudou a questionar sobre nós próprios, sobre a nossa origem, o mundo à nossa volta. Os valores da nossa cultura ajudaram-nos bastante a ser artistas. Há uma maneira de estar no mundo, por parte dos ciganos, que nos é passada, e uma relação de empatia, entreajuda e de comunhão, que, estranhamente, afeta os nossos modos de trabalho e as nossas aproximações. Fico muito feliz por isso.


SG: Temos uma outra sensibilidade, que é muito maior. Somos ciganos e artistas e temos de ser nós a dar as respostas sobre os problemas que existem à volta dos 'problemas dos ciganos'. (...)» Leia a entrevista na íntegra no link: https://www.porto.pt/pt/noticia/conversas-sub-30-irmaos-salvador-e-vicente-gil-destacam-o-porto-como-cidade-acolhedora-e-onde-desejam-voltar-sempre


 
 
bottom of page