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História: as políticas educativas para as minorias russas no período imperial e soviético

  • Foto do escritor: Letras Nómadas
    Letras Nómadas
  • 2 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Artigo publicado na GlobalVoices

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| Primeiro número da revista "Romany zoria" (Alvorada cigana), de 1926, onde se encontra a primeira obra literária em romani de um dos principais parentes desta literatura, Alexandr Germano, editor da mesma revista, imagem proveniente do Nikolay Bessonov Archive |

Apresentamos um artigo de Daria Dergacheva, traduzido por Denise Andréia Stange, publicado na GlobalVoices, que explora a trajetória histórica das políticas educativas direcionadas às comunidades ciganas e outras minorias étnicas na Rússia. O texto aborda as mudanças nestas políticas, tanto no período pré-revolucionário imperial, como a partir de 1917, no período revolucionário soviético, destacando as mudanças drásticas ocorridas a partir de 1938.


No final do século XIX, a maioria das comunidades ciganas no Império Russo era analfabeta, com apenas 2% a 4% da população a dominar o russo. Neste período, a política linguística refletia a marginalização geral das minorias étnicas. Porém, a partir do período revolucionário iniciado em 1917, a União Soviética adotou uma política de desenvolvimento das minorias russas e implementou programas educativos específicos para as comunidades ciganas, incluindo a alfabetização em romani e publicações na língua. Esta alfabetização baseou-se na criação de uma língua escrita para o romani, baseada no idioma da diáspora cigana que migrou para a Rússia.


Foram criadas escolas e turmas onde o ensino fundamental era ministrado em romani e foram formados professores ciganos. Numa só década, cerca de 300 obras literárias, didáticas e traduções foram publicadas em romani. Formaram-se diversas associações ciganas, conjuntos musicais e também o primeiro teatro de artes ciganas, o Teatro Romen. Contudo, a partir de 1938, estas políticas foram alteradas drásticamente, resultando no encerramento das escolas ciganas e na abolição da língua romani escrita. As comunidades ciganas foram deportadas ou forçadas ao reassentamento, sob ameaça de prisão, o que impactou negativamente o acesso e a continuidade da instrução escolar. Hoje, aproximadamente 80% das criaças ciganas com mais de 11 anos não frequentam a escola devido à inadequação do sistema educativo em atender às suas necessidades linguísticas e culturais. «(...) No entanto, nas décadas de 1920 e 1930, durante cerca de 15 anos, a liderança da URSS adotou uma política de desenvolvimento democrático das minorias, que se aplicava ao povo cigano. Foram criadas associações públicas ciganas e o teatro Romen (teatro de artes ciganas), que existe até hoje. Surgiram conjuntos musicais ciganos, uma seção cigana na União de Escritores Proletários e a União de Ciganos de toda a Rússia.

De 1917 até o início da década de 1930, como parte da política de “retorno às origens” (коренизация em russo, apoio aos idiomas e culturas étnicas), as autoridades soviéticas apoiaram o desenvolvimento das línguas nativas dos povos da USRR. Foram criados alfabetos com base na escrita latina ou cirílica e padrões literários para tais, e o Estado desenvolveu a cultura e a educação em massa nesses idiomas. (...)» Conheça mais sobre estes períodos históricos e leia o artigo na íntegra: https://pt.globalvoices.org/2024/04/28/o-fracasso-de-dois-imperios-na-educacao-dos-ciganos/

 
 
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