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As eleições legislativas no Portugal Novo

  • Foto do escritor: Letras Nómadas
    Letras Nómadas
  • 12 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Reportagem do Diário de Notícias


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| Fotografia de capa da reportagem de Fernanda Câncio, no Diário de Notícias, da autoria de Reinaldo Rodrigues/Global Imagem |


No rescaldo das eleições Legislativas de 2024, partilhamos uma reportagem de Fernanda Câncio, no Diário de Notícias, sobre as complexidades do voto em bairros racializados como o Portugal Novo, em Lisboa. De acordo com a reportagem, o bairro – habitado por comunidades ciganas e descendentes de imigrantes dos PALOP e de populações deslocadas no grande êxodo rural do século XX – revela uma diversidade de opiniões políticas. Aponta para uma clivagem aparente entre o apoio ao Partido Socialista – devido à perceção de apoio às comunidades – e o apoio ao Chega – influenciados por preocupações relacionadas com a imigração, questões LGBT e o direito ao aborto. A pobreza e a ausência de infraestruturas sociais no Portugal Novo é um tema recorrente ao longo da reportagem. Estas condições, a par de narrativas discriminatórias divulgadas pelo Chega, baseadas na criação de bodes expiatórios para problemas sociais atuais, parecem afetar as perspetivas de alguns dos moradores quanto às temáticas do trabalho e de subsídios. Esta importante reportagem dá voz à incerteza, à esperança e às reflexões dos moradores do Portugal Novo, relativamente ao impacto das mudanças sociais e políticas da atualidade.


«(...) Sentada à frente da TV, Maria Emília Furtado mantém a calma: "Estou aqui a acompanhar, tenho esperança de que isto vá mudar."


Mas as palavras do irmão, ditas no fim da reportagem, sabem a oráculo: "O Ventura e o Chega conseguiram trabalhar bem as mentes das pessoas. Era impensável até há pouco tempo alguém dizer bem do Chega. Nas últimas eleições não se ouvia falar deles e de repente as pessoas já pensam bem do Ventura. Tenho um grupo de Whatsapp com pessoas da minha geração e diziam que iam votar todos no Chega. As redes sociais fazem uma grande propaganda. Meteram na cabeça das pessoas que os imigrantes estão a retirar-lhes trabalho, que as casas estão caras por causa desses imigrantes do Bangladesh que vêm para aqui viver. Não reparam que há uns anos toda a gente dizia que a Segurança Social estava falida e agora graças aos imigrantes já melhorou. É aquela conversa 'ando a trabalhar para eles', e não reparam no que eles  fazem pelo país, por nós." Suspira. "As pessoas têm uma dor e têm de arranjar um bode expiatório. Estamos a lutar contra nós próprios." (...)»

 
 
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