Mulher, Cigana e estudante no Ensino Superior!
- associacaoletrasno
- Sep 30
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Raíssa Abreu Martins, é uma jovem cigana de 18 anos, participante do programa OPRE, que frequenta o 2º ano do curso de licenciatura de Contabilidade no Instituto Politécnico de Tomar.
Desde o 9º ano, que ela e o irmão Nuno Martins são alunos de mérito, irmão que atualmente cursa no 2º ano de direito na Universidade Lusófona .

A Raíssa, confidenciou que a primeira vez que vestiu o traje universitário e se olhou ao espelho, emocionou-se tanto que acabou por chorar de gratidão, foi um sonho de criança concretizado, os pais foram primordiais, sem o apoio e incentivo deles jamais conseguiria!
Hoje, ela sabe que ser cigano/a se pauta por uma enorme diversidade, os tempos mudaram, a sociedade é exigente e obedece a novos rumos que passam por maior literacia e capacitação que outrora os ciganos não precisavam no exercício da sua atividade nas feiras e mercados.
Constata que a discriminação e os estereótipos sobre a etnia cigana são obstáculos para muitos jovens ciganos, mas que para ela esse tipo de experiência lhe serviu de motivação para “chegar longe”.
O orgulho na sua identidade cigana é uma força para prosseguir, tem consciência que internamente algumas pessoas a podem censurar, porque se construiu um padrão, até há pouco tempo não havia necessidade das mulheres e homens ciganos terem mão de obra especializada ou formação académica, as feiras e mercados eram o suficiente para se ganhar o pão. Mas como há os que criticam, também há os que internamente a aplaudem e a veem como um exemplo!
Os estudos e a identidade cigana neste início de século têm que seguir entrelaçados e começar a ser visto como uma normalidade e não uma exceção!






