João, o dinamizador comunitário e cigano!
- associacaoletrasno
- 6 days ago
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João Prudêncio
37 anos
Estremoz/ Rio de Moinhos.
Dinamizador Comunitário do Projeto Borba 2i - Integrar e Incluir - E9G
Dirigente da associação cigana Exemplos Avultados
1. Pode contar-nos um pouco do seu percurso até se tornar dinamizador comunitário?
R: Trabalhei durante 10 anos nas feiras e mercados, depois tive como cantoneiro 3 anos e atualmente sou dinamizador comunitário no Projeto Borba 2i - Integrar e Incluir - E9G.
2. O que o motivou a envolver-se neste tipo de trabalho com a comunidade?
R: Sobretudo para combater a injustiça social, dar oportunidade aos mais jovens de ter um futuro melhor, aconselhar as pessoas da minha comunidade, mostrar o melhor lado da minha comunidade, incentivar as crianças e jovens a estudar.
3. Que tipo de formação ou experiências considera mais importantes para exercer esta função?
R: É necessário ter conhecimentos sobre a mediação intercultural ou mesmo tirar o curso dessa função.
4. Quais são as principais necessidades ou desafios que identifica atualmente na comunidade cigana de Borba?
R: Combater urgentemente as condições da habitação em que vive a maior parte das famílias ciganas, combater o absentismo escolar e melhorar o aproveitamento escolar.
Combater o racismo estrutural seria o ideal, mas...
5. Que projetos, atividades ou iniciativas tem desenvolvido para responder a essas necessidades?
R: Fazer a "ponte" entre o projeto/instituições e as famílias ciganas, apoio ao estudo, animação de recreios, apoio na TIC`s, fazer o levantamento das necessidades das comunidades para apresentar às entidades competentes, descodificar linguagens, mobilizar as comunidades para a participação etc.
6. Como tem sido a participação das famílias e dos jovens nessas ações?
R: De certa forma vão participando de forma mais regular, as crianças e jovens quando não podemos realizar alguma atividade até se sentem " perdidos"...
Nos adultos cada vez tem sido mais favorável de dia para dia, procuram- nos mais e participam mais, de certa forma cada dia que passa, ouvem-nos mais!
7. Que estratégias utiliza para promover a confiança e a colaboração entre a comunidade cigana e as instituições locais?
R: Tem que se ter muito jogo de cintura, nunca pressionar, sensibilizar e tentar dar resposta o mais rápido possível. Prevenir os conflitos, tentar dar sempre uma saída positiva para todos os envolvidos.
8. Quais considera que foram as maiores conquistas do seu trabalho até agora?
R: Creio que as conquistam passam hoje pelos pais ciganos já participarem e colaborarem mais com os professores. Há menos conflitos escolares...
9. Que dificuldades enfrenta no dia a dia como dinamizador comunitário?
R: Tratar de toda a documentação a tempo e horas, combater o absentismo escolar, tentar diminuir conflitos escolares são os maiores desafios...
10. Como vê a evolução da relação entre a comunidade cigana e a sociedade envolvente em Borba nos últimos anos?
R: Na realidade as melhorias são poucas pois ambas as comunidades são muito fechadas, mas o respeito mútuo tem vindo a crescer, na minha opinião.
11. Que mudanças gostaria de ver nos próximos anos na sua comunidade?
R: Melhorias drásticas nas condições de habitação, menos desemprego, mais aproveitamento escolar.
12. Que mensagem gostaria de deixar aos jovens ciganos que desejam ser agentes de mudança?
Acreditar, lutar, NUNCA desistir! Sempre com problemas, mas sozinhos nunca!
13. Que papel acha que o diálogo intercultural pode ter na construção de um futuro mais inclusivo?
R: Não caminhamos sozinhos e temos que partilhar, respeitar e dar para receber! Só assim assim se constrói um clima intercultural!







