Denil, o deputado Municipal cigano em Grândola!
- associacaoletrasno
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Denil Augusto Dias Murteira
21 anos
Deputado Municipal
Partido Socialista (PS)
1. Como começou o seu interesse pela política e pela participação cívica?
O meu interesse pela política surgiu quando percebi que muitas das dificuldades que as pessoas à minha volta enfrentavam estavam ligadas à falta de voz nos espaços de decisão.
Cresci a ver como a ausência de representação pode limitar oportunidades, e isso despertou em mim a vontade de participar e contribuir para a mudança
A política, especialmente a nível local, é uma forma direta de melhorar a vida das pessoas e de contribuir para o desenvolvimento do concelho.
2. O que o motivou a integrar uma lista à Assembleia Municipal de Grândola?
A motivação principal foi o amor por Grândola e a vontade de representar os jovens do concelho. Senti que era importante que a Assembleia Municipal tivesse alguém da nova geração, alguém que conhece as preocupações de quem aqui cresce e trabalha.
Sou de Grândola e tenho muito orgulho nas minhas raízes, por isso senti que devia retribuir à minha terra através do meu envolvimento cívico.

3. Que importância tem para si representar a sua comunidade neste espaço político?
Ser o primeiro jovem cigano eleito para a Assembleia Municipal de Grândola é um passo simbólico, mas também muito concreto: mostra que o futuro pode ser diferente.
Não estou lá apenas pela minha comunidade. Ser eleito aos 21 anos é também uma responsabilidade acrescida , a de mostrar que os jovens têm capacidade, vontade e compromisso para participar nas decisões que moldam o nosso território.
A representatividade é essencial para quebrar estereótipos e abrir portas para outros.
4. Quais foram os principais desafios que enfrentou durante o processo eleitoral?
Enfrentei o desafio do preconceito e da desconfiança de quem ainda não acredita que um jovem, e sobretudo um jovem cigano, possa ter um papel ativo na política. Mas esses obstáculos apenas reforçaram a minha convicção.
5. Considera que a presença de pessoas ciganas na política local pode inspirar outros jovens? De que forma?
Acredito que sim. A representação é um exemplo poderoso.
Quando alguém da nossa comunidade ocupa um espaço político, mostra que é possível sonhar e conquistar.
Falta-nos, muitas vezes, ver alguém nesses lugares e isso faz toda a diferença.
Se a minha presença puder inspirar outros jovens ciganos a estudar, a participar e a acreditar em si próprios, então já terei cumprido uma parte importante da minha missão.
6. Que temas ou causas pretende defender de forma prioritária no seu mandato?
Vou concentrar-me em áreas que considero fundamentais para o futuro de Grândola: a juventude, a educação, a habitação e a inclusão social.
Acredito que o desenvolvimento do concelho passa por garantir igualdade de oportunidades e qualidade de vida para todos.
7. Como pretende contribuir para aproximar a comunidade cigana das instituições públicas?
O primeiro passo é escutar. As instituições precisam de estar próximas das pessoas e disponíveis para dialogar.
Quero contribuir para reforçar essa ligação, promovendo uma participação mais ativa dos cidadãos e incentivando uma relação de confiança entre a população e os órgãos autárquicos. Grândola sempre foi uma terra solidária e participativa, e é esse espírito que devemos continuar a cultivar.
8. Que mensagem deixaria aos jovens ciganos que querem participar mais na vida pública ou política?
A minha mensagem é simples: acreditem em vocês mesmos.
Não deixem que o medo ou o preconceito vos impeçam de seguir os vossos sonhos.
Participar na vida pública é uma forma de construir o nosso próprio futuro.
É possível ser jovem, ser cigano ,ser político e fazê-lo com orgulho, competência e dedicação.

9. Que mudanças gostaria de ver no município de Grândola nos próximos anos?
Gostava de ver um concelho ainda mais dinâmico, moderno e coeso, capaz de responder aos desafios do presente sem perder a identidade que o distingue. Grândola tem uma história de luta, solidariedade e liberdade que deve continuar a inspirar as novas gerações. O nosso futuro passa por transformar esses valores em políticas concretas que melhorem a vida das pessoas e tornem o concelho cada vez mais atrativo para viver, trabalhar e investir.
Quero ver uma Grândola com uma aposta forte na habitação acessível, permitindo que os jovens e as famílias possam construir aqui o seu projeto de vida. É essencial garantir que quem nasce ou escolhe Grândola para viver encontra condições para o fazer com dignidade.
10. Como imagina o seu papel na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva?
Vejo o meu papel como o de alguém que quer contribuir com trabalho, diálogo e espírito de união. Acredito numa Grândola onde todos se sintam parte do mesmo projeto e onde a igualdade de oportunidades seja uma realidade. Quero continuar a aprender, a ouvir e a trabalhar para que o concelho avance sem deixar ninguém para trás.





